Antes de ver que se trata de uma matéria sobre o HIV/AIDS e você pensar “de novo esse assunto” e desistir da leitura, vamos brincar de suposições: Suponhamos que você conheceu uma pessoa bacana. No começo de um relacionamento, qualquer indício é motivo para desconfiança. Os olhos ficam sempre abertos e você sempre pensa em se proteger durante as relações sexuais. Passado algum tempo (dias para uns, meses para outros), o relacionamento já está estável, aquela pessoa que até então era desconhecida, virou o ♪”amor da minha vida, daqui até a eternidade”♪ e você se entrega de corpo e alma – sem camisinha – porque não há mais motivos para desconfiar. Suposição, certo? No entanto, aposto um chocolate que isso é mais comum do que se imagina e que muitas leitores e leitoras já fizeram isso. Não digo para viver desconfiando das pessoas, só que, tratando-se de saúde, quem vê cara, não vê doenças sexualmente transmissíveis (DST’s). Já escutei de paciente: “mas meu namorado não faria isso comigo.” Claro que não. Mas quem disse que ele sabe que possui alguma DST? Ou ainda: VOCÊ sabe se tem alguma DST? Por isso, neste primeiro de dezembro, deixo a primeira dica do dia: antes de qualquer relação sem preservativo, façam – o casal – os exames. Segunda suposição. Quase uma lição mental agora: você foi fazer o exame para DST’s porque leu isso aqui e ficou encanada. Quando pega o resultado, vê que veio positivo para HIV. A partir de agora você tem o diagnóstico de HIV positivo. Aí entra a segunda dica do dia: isso pode acontecer com qualquer um. Ninguém está imune ao HIV. Também não existe mais o fato de pensar que acomete apenas homossexual, prostituta ou uma pessoa promíscua. Terceira dica do dia: nunca se refira a quem convive com HIV ou desenvolveu AIDS como aidético – é feio e estigmatizante. Neste link você encontra mais orientações sobre quais termos usar ou não usar. Bom. Agora que você leu até aqui e provavelmente está interessada em saber mais sobre o tema, então eis algumas informações importantes:
- HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana.
- AIDS é a sigla em inglês da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, doença causada pelo HIV.
- É importante entender que nem sempre quem convive com o HIV tem ou terá AIDS.
O número de pessoas que convivem com o HIV tem aumentado de maneira significativa entre todos os grupos: jovens, adultos e idosos. (Sim! Idosos acham que não precisam mais usar preservativos ou porque não engravidam ou porque já estão “no fim da vida”). Solteiros e casados. Homens e mulheres. Héteros e homossexuais. Pegar HIV não tem nenhum sintoma específico e por isso há um atraso em seu diagnóstico, o que em parte compromete o início do tratamento. Descobrir que tem HIV é relativamente simples. Basta um exame de sangue positivo e alguns outros para confirmar. Você pode pedir para seu médico pessoal, ou procurar uma Unidade Básica de Saúde e fazer os testes. Existem também no Brasil, há mais de 30 anos, locais chamados Centros de Aconselhamento e Testagem (CTA). Procure um próximo a você para tirar suas dúvidas. O tratamento é contínuo e fornecido gratuitamente pelo SUS. Atualmente, ainda não há cura (e daí? Outras doenças também não tem!), mas cada vez menos as pessoas que convivem com o HIV têm morrido de AIDS. Como qualquer doença, o mais importante é aceitá-la e fazer o tratamento de forma correta.
COMO PEGA:
– Sexo vaginal sem camisinha (relação homossexual também!)- Sexo anal sem camisinha- Sexo oral sem camisinha- Uso de seringa por mais de uma pessoa- Transfusão de sangue contaminado- Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação- Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
COMO NÃO PEGA:
– Sexo desde que se use corretamente a camisinha- Masturbação a dois- Beijo no rosto ou na boca- Suor e lágrima- Picada de inseto- Aperto de mão ou abraço- Sabonete/toalha/lençóis- Talheres/copos- Assento de ônibus- Piscina – Banheiro- Doação de sangue- Pelo ar. Primeiro de dezembro é o dia mundial de combate a AIDS. É isso. Saiba mais neste link.